Orçamento Familiar Bíblico– Um caminho para a alegria no lar

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Por Fabio Marchiori Machado

INTRODUÇÃO

Muitas pessoas defendem a idéia de que dinheiro e Bíblia são algo que não se misturam, algo como água e óleo. Ora, se cremos que a Palavra de Deus é nossa regra infalível de fé e prática, e o dinheiro representa uma parte importante do nosso cotidiano, seria ilógico que esta “Palavra” não tratasse desta “parte importante”.

Ao contrário do que muitos falam e acreditam, a Bíblia é um manual completo quando o assunto é dinheiro. Só para se ter uma breve noção, vamos ver alguns números:

A Bíblia fala de:

– Anjos – 300 vezes

– Amor – 500 vezes

– Fé – 1.000 vezes

– Riqueza e Dinheiro – 2.350 vezes

Sem sombra de dúvidas, temos em nossas mãos a melhor fonte de conduta quando o assunto é dinheiro.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS EM RELAÇÃO AO DINHEIRO

Muitos são os princípios que podemos retirar da Bíblia em relação a dinheiro. Vamos hoje nos ater a três deles, que acreditamos serem os principais:

a. Somos mordomos – A característica básica de um mordomo é que ele administra, e até desfruta, algo que na verdade não lhe pertence. Conosco não é diferente. Por mais que você se ache dono das suas riquezas, entenda que ela vem de Deus. Toda riqueza provém de Deus, tudo é dele. A nós só cabe administrar esta riqueza. Veja Sl 50.10-12 e Gn1.

b. O amor ao dinheiro – O homem mais rico da história bíblica diz que “Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho” (Ec 5.10). A verdade aqui explicitada é o seguinte: – se você ama o dinheiro, você nunca terá o suficiente! A maioria das pessoas acredita que se ganhar 10% a mais do que seu atual salário, seus problemas estarão resolvidos. Mas eu digo que isso é um tremendo engano, pois se você tiver R$10, você gasta R$12. Se tiver R$15, gasta R$20, e por aí vai.

c. Idolatria – Existem pessoas que não se contentam em amar o dinheiro, vão além. Elas idolatram suas riquezas, e acabam se tornando pessoas muito gananciosas, avarentas. Porém, em Ef 5.5 a Palavra nos adverte que esta pessoa não terá herança no Reino de Deus. Será excluída por causa da sua idolatria ao dinheiro.

Feito os devidos esclarecimentos e destacados alguns princípios que devem conduzir a nossa vida quando o assunto é dinheiro, podemos tratar do objetivo central desta lição. Vamos falar de orçamento. Mas não de um orçamento qualquer, e sim de um altamente bíblico e em conformidade com o andar do cristão.

Um orçamento cristão deve ser regido pelo o que fala a Bíblia a respeito dos seus quatro componentes. São eles o nosso ganho, nossos gastos, provisão e contribuição.

1. Nosso Ganho

De cada dez pessoas que trabalham no mundo, sete não estão contente com o seu salário. Como até vimos acima, muitos acreditam que um pouco mais de dinheiro no fim do mês será a solução de todas as suas dificuldades. Deus não condena quem busca uma vida melhor, com um pouco mais de conforto. O que se torna condenável é o descontentamento em relação ao seu salário.  Seja contente com o seu ganho (Fp 4.11-12), pois ele é benção do Senhor.

E mais, conhecer muito bem o quanto se ganha é o princípio de um bom orçamento, pois todo o resto vai depender dele.

2. Nossos Gastos

É neste ponto que a maioria das pessoas com problemas financeiros se enrola. Gastar mais do que se ganha é o único problema. Certamente, há casos em que uma despesa inesperada, como gastos com uma doença, traz desequilíbrio ao orçamento da casa. Mas na maioria das vezes os problemas são outros. Existem alguns inimigos que você deve combater, se quiser ter um orçamento equilibrado.

O primeiro inimigo é o consumismo. Existe uma maneira simples para detectar se você é consumista: – Se você gasta o dinheiro que não tem, em algo que você não precisa, muitas vezes para impressionar pessoas que você não gosta, você é um consumista! Veja o que Lc 12.15 diz a respeito.

O segundo inimigo é o dinheiro fácil, mais conhecido como cartão de crédito ou crediário. A maioria das pessoas com o “nome sujo na praça” encontra-se em situação difícil porque fizeram financiamentos que não puderam honrar. Uma grande parte destas pessoas fizeram estas dívidas com cartão de crédito. Ele (o cartão) não é de todo ruim, tem os seus benefícios. Porém, merece controle. Ou você controla o seu cartão ou você pica ele em pedacinhos!

Para quem gosta de fazer dívidas, duas palavras retiradas da Bíblia:

– Dever e não pagar é mesmo que roubar – Sl 37.21

– A dívida é um tipo de escravidão – Pv 22.7

Um dos melhores ensinamentos que recebi em termos de gastos é que “Não só as melhores coisas da vida são gratuitas, mas também as melhores coisas não são coisas”. Fique de olho no seus gastos.

3. Provisão

Em todos os seminários que eu ministro, sou insistente em um ponto: – A provisão. Todos sabem que devem se preparar para o futuro, mas poucos o fazem. Muitos acreditam que suas contribuições para a aposentadoria feitas à previdência social serão suficientes. Não gosto de desanimar ninguém, mas se você é uma destas pessoas, está correndo um sério risco, pois a previdência social hoje já anda na corda bamba. Imagine daqui a alguns anos.

Se preocupar em ter uma aposentadoria suficiente é um mandamento bíblico. Em Pv 21.20 vemos que “Há tesouro precioso e azeite na casa do sábio; mas o homem insensato os devora.”, ou seja, quem guarda sempre tem.

Outro fato importante a discutir são as provisões para emergências. Tg 4.14 diz assim: “No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece”. Ninguém tem controle da sua própria vida. Nós não sabemos o que poderá nos ocorrer. E se algo der errado. E se eu perder o emprego? E se meu filho ficar doente e precisar de um tratamento especial? E se eu precisar fazer uma viagem inesperada? Tenho recursos para suprir esta necessidade de emergência? Por isso a provisão para emergências é fundamental. Devemos determinar um valor que creiamos ser o suficiente para suprir uma necessidade deste tipo, e guardar o dinheiro até alcançar esta quantia.

No entanto, gostaria de chamar a atenção sobre uma peculiaridade da provisão. Há uma enorme diferença em provisionar e acumular. Como já vimos anteriormente em Pv 20.21 é sábio provisionar. Acumular, porém, é considerado uma grande tolice. Veja Lc 21.16-21.

4. Contribuição

Este, certamente, é o ponto mais crítico do orçamento do cristão. A hora de “dar dinheiro para a igreja”. Sabemos que a contribuição é bíblica, não vamos discutir isso. Ao invés, quero explanar um pouco a respeito desta contribuição.

Primeiro ponto, Deus não precisa do nosso dinheiro. E mais, Ele não quer o dinheiro que damos. O que Deus quer de fato é a nossa intenção de coração, o nosso amor e a nossa submissão. Por isso a palavra diz que “onde estiver o seu tesouro, aí estará o seu coração” (Mt 6.21). Mas por que Deus pede que contribuamos? Por alguns detalhes:

  • Para mantermos o foco Nele, entendendo que nossos recursos e segurança dependem do Senhor.
  • Para atingirmos justiça econômica, pois muitas vezes a nossa contribuição proporciona uma maior distribuição de renda.
  • Para que outras pessoas sejam abençoadas através da nossa contribuição, afinal não somos feitos para sermos um reservatório das riquezas que vêm de Deus, mas sim um canal que distribui vida e riqueza por onde passa.
  • E o mais importante, para nós não nos apegarmos ao dinheiro, e para que entendamos que o dinheiro não é uma coisa ruim por si só, mas o amor a ele é o que destrói nossa vida e, principalmente, o nosso relacionamento com Deus. Leia Tm 6.10 e faça uma breve reflexão a respeito disto.

Em suma, o mais importante é que tudo que você contribuir, que você não faça por obrigação. Deus ama quem dá com plena alegria no coração (2Co 9.7). E entenda que como cristãos temos a obrigação do sustento da obra do Reino de Deus.

ORÇAMENTO

Conversado sobre tudo que compõe um orçamento cristão, o que devemos fazer é prepará-lo. Fazer um orçamento nada mais é do que planejar o que você vai fazer com o fruto do seu trabalho, ou seja, seu salário. Para isso, siga os seguintes passos:

­      Pegue uma folha de papel e escreva o valor do seu salário

­      Subtraia deste valor um valor para provisão e o valor da sua contribuição para a sua igreja local. O valor que sobrou é o que você efetivamente tem para passar o mês.

­      Faça um levantamento minucioso de todos os seus gastos, item por item. Coloque tudo no papel.

­      Verifique se com o que você ganha, você consegue pagar todos os seus gastos. Se a resposta é sim, glória a Deus. Se não, revise os seus gastos e veja o que pode ser cortado do orçamento.

­      Orçamento equilibrado, agora é só orar para que Deus abençoe o cumprimento deste orçamento.

APLICAÇÃO PRÁTICA

Separe alguns minutos para montar um breve orçamento. Siga os princípios estudados na lição.

tabela 1

tabela 2

Texto Central – Mt 6.21 “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

Leituras bíblicas diárias:

Seg – Pv 11.24-25;

Ter – Pv 21.20;

Qua – Lc 12.16-21;

Qui – Ec 5.10;

Sex – 2Co 9.6-15;

Sab – Gn 1;

Dom – Mt 6.33

Conheça mais sobre o tema através do seminário “Encontrando Liberdade Financeira” que pode ser ministrado em sua igreja. Veja mais informações clicando aqui.

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