Os desafios de defender a fé contra a descrença

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Na manhã de hoje estivemos novamente na Igreja Batista de Parque das Nações, desta vez para ministrar um aula de escola dominical sobre o tema Os desafios de defender a fé contra a descrença. Gostaríamos de agradecer imensamente mais este convite da IBPN. Abaixo segue o estudo que foi originado a partir desta palestra.

1. INTRODUÇÃO

O evangelicalismo cresce a passos galopantes em nosso país. Sou defensor da ideia que isto não é nada tão maravilhoso assim. Por quê? Porque maior é o crescimento, em termos percentuais, das pessoas que não acreditam em Deus, e mais, as igrejas estão cheias de pessoas, mas não estão cheias de pessoas que conhecem Deus, o da Bíblia, e Jesus, não o “mordomo” de “crente que só pensa em se dar bem”, mas aquele que morreu na cruz por perdão dos nossos pecados. E eu encaro isso como uma ameaça ao cristianismo.

Você acha que isso é balela? Recentemente a rede de TV americana ABC apresentou uma entrevista de dois pastores, filiados a igrejas importantes nos EUA, que se diziam ateus, mas que continuavam pastores por que era só desta maneira que sabiam ganhar o pão. Suas identidades foram preservadas. Fico imaginando quantos não estão na mesma situação. Isto é algo que está mais perto do que podemos supor.

Neste estudo vamos dissecar três pontos: A Fé, A Descrença e Os Desafios.

2. A

Hoje em dia tronou-se complicado definir o que é fé, de uma maneira genérica. Graças ao relativismo reinante, fé pode ser muita coisa. Travestido de respeito as diferenças, as fronteiras da definição de fé alargaram-se. Cada um tem a sua verdade. Cada um tem sua fé.

Para alguns fé é apenas acreditar em algo de bom, de maneira positiva. Para outros a fé está relacionada a seres vivos, a natureza ou até em objetos inanimados. Existe a fé antropocêntrica, que é a fé no próprio homem e na sua capacidade de realização através da ciência. Poderíamos listar aqui um sem número de tipos de fé, cada uma com a sua peculiaridade. Entretanto, vocês perceberão que na maioria delas, senão em pelo menos 98%, não há relação nenhuma com Deus, Nosso Pai e Senhor.

Umas das principais características da fé moderna é que ela apresenta-se como instrumento de realização poderosa e miraculosa para assuntos materiais. Ao contrário da fé bíblica, que discutiremos a frente, a fé da modernidade existe para resolver os problemas do “aqui e agora”, principalmente os relacionados a dinheiro, carreira, sucesso, fama, poder e etc. Um dos grandes exemplos deste tipo de fé é o sucesso de livros de autoajuda como O Segredo, de Rhonda Byrne. É um livro que apresentação a realização de qualquer plano ou sonho pessoal como algo altamente palpável a qualquer mortal. Basta que dominemos as “ferramentas do acreditar”.

Na contramão de todo este mover está a fé bíblica, que classificamos como fé genuína. A partir do momento que temos Deus, na figura do seu filho Jesus, como nosso Senhor e Salvador desenvolvemos uma fé que é sólida e irrefutável. Muitas das crenças modernas são como nuvem que passam depressa sem deixar vestígios. São como construção realizada na areia, sem fundamentos capazes de manter sua doutrina em pé, aconteça o que for. O oposto é a fé bíblica. Para saber mais sobre este assunto, veja o artigo Não Existe Fé Genuína Fora da Verdade, no BereiaBlog.

3. A DESCERNÇA

Definimos o que é fé genuína, bíblica, para podermos entender este emaranhado que é a descrença. Muito além do que a maioria das pessoas pensa, o “descrer” não ocorre somente quando uma pessoa não acredita em Deus. Concordo que esta é a maneira mais clara de descrença, porém não a única.

A meu ver, existem três tipos distintos de descrença. A descrença declarada, a confusa e a velada.

Declarada –  É a descrença de ateus, agnósticos e neo ateus. No meu ponto de vista, ainda esta é a mais perigosa de todas por se tratar de pessoas que não se contentam em apenas não acreditar, mas buscam arrancar a fé do coração de cada crente. Por mais que isso pareça absurdo num país onde o evangelicalismo está em plena expansão, estes descrentes, principalmente os neo ateístas, representam uma ameaça latente para a Igreja de Jesus. Se você quer entender melhor este ponto, veja o estudo Neo Ateísmo, a Nova Face dos Inimigos de Deus, no BereiaBlog.com.br.

Confusos –  Vejo este grupo como a grande massa em nosso país, quando o assunto é descrer. Fazem parte deste grupo os sincretistas e os religiosos não praticantes. Os sincretistas são pessoas que frequentam uma ou mais religiões ao mesmo tempo, ou seja, vai a missa no domingo, no centro de mesa branca na segunda e na maçonaria na quarta. O sincretismo mais reinante em nosso meio é o católico-espírita e a prova disso são as grandes vendagens de livros psicografados e de filmes relacionados a obra e pessoa de Chico Xavier. Já os não praticantes são pessoas que reconhecem que foram encaminhados em uma religião na infância, porém, adotam uma vida afastada dela.

Velados – Neste grupo encontramos um ponto crítico e delicado de se abordar, porque a maioria das pessoas que apresentam características de descrença velada é frequentadora de alguma igreja evangélica. São pessoas que acreditam em Deus, que foram batizadas, que frequentam cultos regularmente,  mas graças aos seus “maravilhosos” pastores não têm a mínima noção de como Deus, revelado na Bíblia, de fato é. Se o assunto for Jesus então, passam de largo. Quero compartilhar duas experiências neste sentido. A primeira delas é sobre um homem que deixou seu comentário num portal de internet que eu colaborava. Em um texto sobre salvação em Jesus, o homem compartilhou seu testemunho de salvação. Ele disse que “Jesus havia o salvo. Tinha câncer e Jesus me curou. Por isso acredito que Jesus me salvou.” Outro caso ocorreu quando participei de uma atividade evangelística na zona sul de São Paulo. Eu estava fazendo atendimento espiritual e usava um roteiro de conversa para poder apresentar Jesus como salvador dos pecados para as pessoas. A pergunta crucial do roteiro era a clássica “você sabe com faz para ir para o céu?”. Em certa conversa, com uma mulher que dizia ser evangélica, batizada, distai-me e continuei o roteiro indo para a pergunta crucial. Para minha surpresa a senhora respondeu que não sabia! Deus me fez pregar Jesus para uma crente! A partir deste momento, mudei de postura e comecei a ir com o roteiro até o fim, não importando se a pessoa se dizia evangélica. Para meu maior espanto, tive que pregar o plano de salvação para outras três pessoas que frequentavam igrejas evangélicas. Inclusive, uma delas era batizada e assídua há mais de dez anos.  Se você ficou espantado com estas histórias, fico feliz. Se você não as entendeu, ou até ficou revoltado com minha postura, peço que me procure no meu blog – www.bereiablog.com.br

4. OS DESAFIOS

Desafio, geralmente, é algo grande, de muita importância. Neste caso não foge a regra. O desafio em lidar com a descrença é algo que devemos dimensionar, mas, principalmente, entender como superá-lo. Eu creio que desafios são oportunidades que Deus nos dá para serví-Lo. Acredito, também, que o desafio de vencer a descrença é uma ocasião tremenda para crescermos em sabedoria, amor, conhecimento e em espírito.

Perceba que este estudo que estamos realizando vem em uma crescente. Um tópico depende do outro. A má resolução de um, gera o outro, tal como se não temos uma fé firme e genuína, originamos a descrença, não importando o tipo. A descrença permanente gera o desafio de combatê-la. E por que devemos combater a descrença? Por simples sentimento de aniquilamento de um “inimigo”? Não, certamente não. Devemos combatê-la, primeiro como servos fieis que cumprem o mandamento de Jesus de levar as boas novas da salvação por todos os cantos.  Segundo por testemunho de amor que é a marca de todo o cristão.

No livro A Maior Luta do Mundo, Charles Spurgeon oferece ferramentas que podemos usar para superar este desafio. O autor diz existir duas questões centrais que enfraquecem a Igreja. A primeira delas é a “troca da velha doutrina evangélica pela nova doutrina evangélica”. São caracterizados pelo autor os seguidores da “nova doutrina” como pessoas que apreciam novidades. E como sempre querem coisas novas, trocam sucessivamente de doutrina. A última questão é o que Spurgeon classifica como “a trágica apostasia das igrejas”. Ele chama a atenção para o fato de algumas igrejas e seus líderes abrirem mão da fé e das verdades bíblicas,  em favor de questões ou interesses pessoais.

Inevitavelmente, a batalha com a descrença é uma guerra a favor de Jesus Cristo, Seu sacrifício e a Sua Igreja.

Para esta batalha o autor relembra que existem três eficazes armas:

1. O Nosso Arsenal – Compõe a maior parte do livro, sendo quase 50% dele. Daí pode-se entender a importância que o autor dava ao estar pautado na Palavra de Deus. Spurgeon diz que Bíblia deve ser usada como um instrumento só, único, na sua totalidade, inerrante e infalível.

2. O Nosso Exercito – Discorre do valor e do poder do líder para o rebanho. O assunto central é o testemunho do líder perante a sua congregação. Um bom exemplo do seu líder pode fazer com que a igreja local seja fortalecida espiritualmente, e fique imunizada contra as novidades da fé.

3. A Nossa Força – O Espírito Santo é o mover do crente, todos sabemos isso. O que o autor traz de conceito novo são as situações nas quais o Espírito Santo não age. São algumas delas: – o interesse próprio, a ociosidade voluntária, vida em pecado, situações de conflito e etc.

5. CONCLUSÃO

Para finalizar este estudo, eu gostaria de deixar duas palavras. A primeira delas é para que você não enxergue as pessoas que defendem a descrença como seu inimigo, apesar delas considerar você um oponente. Elas são vítimas de um tempo que, de tão bom que é, as destrói, por sua estultícia. A segunda é que você, a partir de agora, tenha a compreensão da importância deste tema, tornando-o prioritário em sua vida. Com isso, encorajo você a preparar-se cada vez mais para combater a descrença e ajudar, em amor ágape, as pessoas que são escravizadas por ela.

Deus o abençoe.

Fabio Marchiori Machado

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