por Fabio Marchiori Machado
Na semana passada nós noticiamos aqui no BereiaBlog o caso dos missionários batistas que foram indiciados no Haiti. O grupo de americanos faz parte da igreja batista New Life Children’s Refuge. Eles tentaram atravessar a fronteira entre o Haiti e República Dominicana com 33 crianças, com idades entre dois meses e 12 anos, quando foram presos por falta de documentos.
Dois dias depois da prisão, uma porta-voz do grupo, Laura Silsby, disse que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana. O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado num orfanato. As autoridades haitianas descobriram que algumas das crianças tinham parentes vivos, e que na realidade não eram órfãos depois do terremoto devastou parte do país no último dia 12.
As últimas notícias contam que existe um clamor para que o caso seja arquivado, já que os pais de algumas das crianças que não eram órfãs disseram ter entregado seus filhos “na expectativa de terem um futuro melhor”, como relata a reportagem da BBC sobre o caso.
Em momento algum nós entendemos que existiu má fé por parte dos missionários americanos. Queremos acreditar, de coração, que as suas intenções são as melhores possíveis. No entanto, creio que seja inadmissível que um grupo de cristãos tenha se equivocado de tal maneira, ao ponto de serem acusados de um crime grave, como é o caso do seqüestro de crianças. É importante entender que nunca deve existir a boa intenção, mas a maneira correta de se fazer algo bom.
Esses irmãos falharam quando optaram por fazer a coisa certa, segundo o seu coração. Existe a maneira humanamente certa de fazer algo e a maneira de Deus, segundo o coração Dele.
A Bíblia, peculiarmente, apresenta um relato muito interessante neste sentido. É a famosa passagem da morte de Uzá, quando este tenta, na maior das boas intenções, evitar que a Arca da Aliança caia do carro de bois que a transportava. Você pode ver este relato em 1 Cr 13.
Nesta história bíblica, houve uma pessoa que pôs os pés pelas mãos. Seu nome: – Davi. O rei de Israel entendeu que era necessário levar a Arca para Jerusalém. Porém, fez do “seu jeito certo” e não do “jeito certo de Deus”. Davi cometeu 3 erros básicos:
1.Seguir as regras do mundo ao invés da Palavra Deus: Antes de a Arca ser levada para Jerusalém, ela esteve em poder dos filisteus. Estes viram que sofreriam muito com a posse dela e resolveram devolvê-la. Fizeram isso usando um carro puxado por bois. Veja 1Sm 6.1-9
2. O modo de transportar a Arca: Davi resolve seguir o exemplo dos filisteus para conduzir a Arca. Prepara, então, um belo carro de bois, provavelmente muito superior do que os filisteus usaram para devolver a Arca. Segundo erro, já que em Ex 25.13-15 vemos a seguinte orientação por parte do Senhor:
“ 13 Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; 14 meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. 15 Os varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão dela.”
A Arca deveria ser transportada por varais e não por um carro de bois. Com os varais não haveria risco de queda, como de fato aconteceu quando os bois tropeçaram (1Cr 13.9).
3. Quem deveria transportar a Arca: Sabe no seu trabalho, quando você diz para o seu chefe “vou pedir para o fulano fazer tal coisa”, e ele diz “não, pede pro ciclano!”. Foi mais ou menos isso que Deus fez em relação ao assunto “transportar a Arca da Aliança”. Entretanto, Davi ignorou toda e qualquer instrução e fez da sua maneira. Inevitavelmente, cometeu seu terceiro erro. Davi deixou a cargo de seus parentes, Uzá e Aiô, a responsabilidade de conduzir a Arca. Ora, eles pertenciam à tribo de Judá e só por este fato não deviam incubir-se de nenhum trabalho sacerdotal, como o caso de transportar a Arca. Sabemos que todo trabalho sacerdotal estava destinado à tribo de Levi, e na questão de transporte das “coisas santas” os desígnios de Deus eram ainda mais específicos. Em Nm 4.15-20 podemos ver que somente os da família de Coate, pertencente à tribo de Levi, poderiam levar a Arca.
A questão que fica é que muitas vezes, graças a nossa natureza pecaminosa, intentamos fazer as coisas do modo “humanamente correto”, mas que muitas vezes não está compatível com aquilo que Deus tem preparado para nós. Quando agimos deste jeito, os resultados não são os esperados. Em outras palavras, nos damos muito mal. Isso não ocorre porque Deus seja mau, como alguns dizem, mas sim pelo fato de Ele conhecer o que é melhor para nós. Se fizermos sem a chancela de Deus, o fruto de qualquer ação sempre será negativo. Isto ocorre por nós escolhemos o caminho errado e a maior prova é o que aconteceu com Adão e Eva.
Que entendamos, de uma vez por todas, que Deus é perfeito e que tudo que vem do Seu coração é perfeito. Deus é misericordioso e nos ampara (Dt 4.31). Ele quer cuidar de nós. Sejamos filhos agradecidos e permitamos que Deus trace o rumo de nossas vidas, do modo certo. Do modo certo de Deus.
Deus o abençoe.
3 pensamentos em “A diferença entre o que é “certo” e o modo de Deus.”
obrigada pastor,que Deus continue te abençoando,gostei muito dos artigos,mas não sei quando voltarei a comunicar com os amados,mas creio que em breve. a paz do Senhor!amemmmm
Desculpa pastor é que eu estava tão feliz que esqueci de comentar sobre a“A diferença entre o que é “certo” e o modo de Deus.”a verdade e essa mesmo,o mundo custuma dizer que de boas intenções o inferno ta cheio,o gostei mesmo foi entender as boas intenções do rei Davi,que na verdade trouxe conseqüências desastrosas,porque todo mundo só fala do pecado de Davi com aquela mulher,e da fraqueza dele em se esconder com medo da outra mulher,mas erros não admitimos,quando que todos somos iguais,nao é mesmo?fiquem com Deus. a paz do senhor Jesus……
Olá Cidinha, aguardamos ansiosamente sua volta. Deus a abençoe.
Fabio Marchiori